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26/06/2024

Conheça as ações realizadas pela Igreja na Diocese de Caxias do Sul para o cuidado com os flagelados pelas chuvas

De acordo com o bispo diocesano de Caxias do Sul, Dom José Gislon, a Igreja é mãe e mestra que acolhe, cuida e abraça os flagelados deste tempo difícil. "Ela é mãe que abraça seus filhos feridos em todas as realidades da vida"

Conheça as ações realizadas pela Igreja na Diocese de Caxias do Sul para o cuidado com os flagelados pelas chuvas

Na Diocese de Caxias do Sul a ocorrência das chuvas do final de abril e do mês de maio impactou todas as seis Regiões de Pastoral e o Vicariato de Nova Prata de duas formas, conforme abaixo. No entanto, as regiões, de fato mais afetadas foram: Bento Gonçalves, Garibaldi, Vicariato de Nova Prata e Caxias do Sul. O bispo diocesano, Dom José Gislon, e o vigário geral, padre Leonardo Inácio Pereira, se mantiveram em contato diário com os párocos locais e visitaram algumas localidades para verificar, in loco, as principais necessidades.
 

  • Localidades foram acometidas por centenas de deslizamentos de terra, que soterraram casas, empreendimentos, levaram pontes e estradas. Os casos mais emblemáticos são do bairro de Galópolis, em Caxias, que precisou ter grande parte das famílias retiradas do local em virtude da possibilidade de deslizamento de encosta e, também, o interior de Bento Gonçalves e a Serra das Antas, em Veranópolis, onde as barreiras derrubaram o asfalto em alguns pontos. Até hoje, a região do Vicariato de Nova Prata está praticamente ilhada do restante da Diocese, porque o único acesso é por estrada de chão, o que também coloca em perigo quem passa pela via estreita.

 

  • Na localidade de Linha Alcântara, em Bento Gonçalves, e na cidade de Santa Tereza, que ficam às margens do Rio das Antas, que depois de receber as águas do Rio Carreiro se conflui no Rio Taquari, aconteceram alagamentos. Pontes foram levadas pela força das águas, a exemplo da ligação de Bento Gonçalves com Cotiporã e da ponte da Linha José Júlio, em Santa Tereza. Ambos os locais ainda se recuperavam das enchentes de setembro e novembro de 2023, e as águas voltaram a subir. Estradas ficaram inviáveis e famílias precisaram deixar suas casas. Também se destaca a cidade o distrito de Daltro Filho, na cidade de Imigrante, que sofreu com alagamentos. Em Caxias do Sul, o arroio Tega transbordou na altura do bairro Reolon alagando casas e obrigando pessoas a deixarem as residências. Em Caxias, indígenas da tribo Caingangue foram resgatados do local onde residem, no interior de Forqueta. Todas as regiões sofreram com o desabastecimento de água e luz, e problemas de comunicação por internet e sinal telefônico.

 

Com dados da Defesa Civil do Rio Grande do Sul atualizados na segunda-feira, 24 de junho, no território diocesano, ao menos 28 pessoas perderam a vida. Os óbitos aconteceram em Caxias do Sul, Boa Vista do Sul, Bento Gonçalves, Farroupilha, Veranópolis e outras 5 pessoas permanecem desaparecidas em Bento Gonçalves e Caxias do Sul.

 

Quais ações a Diocese de Caxias do Sul fez e está fazendo para atender os atingidos pelas enchentes e deslizamentos?

Tão logo iniciaram as chuvas e as primeiras notícias de deslizamentos e situações em que foram percebidos danos de grande monta, como descrito acima, o bispo diocesano e o vigário geral iniciaram os contatos com os párocos locais. Relacionamos abaixo as principais ações.

  • No dia 1º de maio, a Diocese retomou a campanha de doação via PIX aberta em setembro de 2023.O saldo já passa de R$ 915mil. A Coordenação de Pastoral e a Cáritas Diocesana constituíram um comitê para gerir os recursos e definiram a organização para a destinação dos valores. Cada paróquia que teve famílias atingidas deverá formar uma pequena comissão, visitar a realidade e encaminhar um relatório ao comitê diocesano, que fará o repasse do dinheiro.

 

  • Desde o dia 02 de maio, a Diocese de Caxias do Sul, em conjunto com entidades da sociedade civil e o poder público, organizou um centro de operações e triagem de doações junto ao Seminário Diocesano Nossa Senhora Aparecida. Ali chegaram e saíram carretas de doações não somente para as cidades da Diocese que foram atingidas, mas também para a Região Metropolitana de Porto Alegre e Vale do Taquari. O Seminário também sediou uma central farmacêutica de onde partiam os medicamentos e insumos de saúde, de helicóptero, para todo o Rio Grande do Sul.

 

  • Diversas paróquias da Diocese realizaram coletas de donativos, tais como alimentos não perecíveis, alimentos de consumo rápido, roupas, agasalhos, cobertores, materiais de higiene e limpeza, fraldas, medicamentos e água mineral para destinar tanto ao centro de operações,  no Seminário, quanto para cuidar diretamente das famílias atingidas nas diferentes cidades, como na Paróquia Sagrado Coração de Jesus de Antônio Prado.

 

  • Foram realizadas ações humanitárias, como a distribuição de marmitas aos voluntários e às famílias desabrigadas por diversas paróquias, como por exemplo, as Paróquias Nossa Senhora Mãe de Deus e Nossa Senhora das Graças, de Arcoverde, ambas em Carlos Barbosa. Comunidades também se reuniram para preparar sanduíches, bolos e mesmo mobilizar mão de obra com tratores para a limpeza das casas e ruas, como o caso da Paróquia São Marcos, do distrito de Marcorama, em Garibaldi e das paróquias de Bento Gonçalves.

 

  • Nas celebrações de Corpus Christi, grande parte das paróquias da Diocese de Caxias do Sul realizou ações solidárias com a organização de tapetes de doações e coletas em dinheiro: em Caxias do Sul, a Missa presidida pelo bispo diocesano, junto à Catedral, repassou mais de R$ 14 mil ao fundo diocesano mencionado acima. A Paróquia Cristo Rei, de Bento Gonçalves, por exemplo, organizou o tapete onde passou o Santíssimo Sacramento com mais de 200 cobertores doados pela comunidade. Em Garibaldi, a Paróquia São Pedro realizou uma procissão pela cidade e os altares onde eram feitas as pausas estavam adornados com as doações, mesmo gesto da Paróquia e Santuário Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, de Pinto Bandeira.

 

  • Em toda a Diocese, as paróquias colocaram à disposição seus salões e espaços para acolher famílias desabrigadas, como em Santa Tereza, na linha Alcântara e no distrito de Faria Lemos, em Bento Gonçalves. No bairro de Galópolis, em Caxias, o Salão Paroquial foi ponto de coleta e distribuição de doações, bem como centro de organização de operações de resgate e de ações voluntárias, além de abrigo para famílias. Na Paróquia São João Batista e Nossa Senhora Aparecida, de Nova Prata, e em Veranópolis, a Igreja dispôs de espaços para o poder público alocar famílias e doações. A Paróquia Santo Antônio, do bairro Forqueta, também em Caxias do Sul recebeu famílias da tribo indígena Caingangue, que foram resgatados do local onde residem, por risco de deslizamento. O Centro Diocesano de Formação Pastoral, acolheu, por duas semanas os idosos de uma casa de repouso que precisaram deixar o espaço no bairro de Galópolis por risco de deslizamento.

 

  • Diversas paróquias que mantiveram a programação de suas festas destinaram valores para o auxílio e reconstrução de casas e acessos. Em Nova Prata, parte do lucro de cada evento é destinado ao cuidado e atenção dos atingidos pelas chuvas e enchentes. Em Bento Gonçalves, a Paróquia Santo Antônio fez o repasse do valor integral do Bingo dos festejos de 2024 e do rifão de um jantar para o auxílio local, por meio de uma ação da sociedade civil, e da Diocese.

 

  • Pensando no período pós enchentes, a Diocese de Caxias do Sul, por meio da Cáritas Diocesana, organizou duas ações: o projeto “Escutai”, que visa oportunizar a escuta por profissionais de psicologia, para pessoas que foram direta ou indiretamente impactadas pela situação das chuvas. A atividade funciona em quatro locais da cidade de Caxias do Sul e em Bento Gonçalves também há psicólogos voluntários atuando em conjunto com as paróquias. A segunda ação é o “Voluntariado Cáritas” que reúne pessoas que podem ajudar diretamente na limpeza, reconstrução e acompanhamento das situações da enchente, seja no território da Diocese, ou em outras regiões.

 

Dentre as ações acima citadas, qual pode ser destacada como a principal?

Em nossa Diocese de Caxias do Sul, destacamos a generosidade do povo de Deus com as doações, seja em dinheiro para a campanha lançada para a arrecadação via PIX, que também se desenrolou em coletas nas Missas, grupos, movimentos e pastorais, seja nas coletas e doações de alimentos, roupas, cobertores, colchões e materiais de higiene e limpeza.

 

A médio e longo prazo, o que a Diocese pretende continuar fazendo?

A proposta é fortalecer o trabalho da Cáritas Diocesana, que está sendo rearticulada na Diocese de Caxias do Sul, e ampliar a atuação e o atendimento para todas as 73 paróquias. E, a partir disso, também dar mais força ao projeto “Escutai” para outras cidades da Diocese, além de consolidar o projeto “Voluntariado Cáritas”, para as demais frentes de trabalho, não somente neste momento mais necessário do pós-enchentes, mas como força de caridade da Igreja em todos os momentos.

Por fim, a proposta é permanecer com a conta via PIX aberta, para seguir recebendo doações para o fundo diocesano de auxílio às pessoas atingidas pelas enchentes e gerir bem os recursos, para ajudar o maior número possível de famílias.

De acordo com o bispo diocesano de Caxias do Sul, Dom José Gislon, a Igreja é mãe e mestra que acolhe, cuida e abraça os flagelados deste tempo difícil. "Ela é mãe que abraça seus filhos feridos em todas as realidades da vida e, sobretudo, neste tempo desafiador. Ela cuida, assiste e promove a dignidade dos necessitados. Ela é mestra porque nos ensina a olhar, ter compaixão e cuidar. Aqui, a fé passa a fazer a diferença: não agimos somente em nome de uma instituição, mas porque cremos que o Senhor acompanha o seu povo, caminha com ele e quer que todos possam viver dignamente. A fé do povo de Deus demonstrada no amor ao Cristo na Eucaristia e presente no rosto dos irmãos, e na proteção materna de Maria, nos faz caminhar com solidariedade e amor, como peregrinos da esperança", salienta.

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